segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

A arte de contemplar o belo!

12 semanas para Mudar uma vida - Augusto Cury

"[...] Muitos que alcançam o sucesso social, intelectual e financeiro não alcançam o sucesso em ter qualidade de vida. Eles têm tempo para todos, mas não para o que lhes dá prazer e para as pessoas que amam. Perdem sua singeleza à medida que se atolam nas atividades. Mendigam o pão da alegria. Há muitos mendigos vivendo em luxuosos condomínios e trabalhando em belíssimos escritórios.  Você mendiga esse pão?
Deixe-me contar uma história para mostrar como o Mestre da qualidade de vida enfrentou essa situação e trabalhou a arte da contemplação do belo. Certa vez, no auge da fama, milhares de pessoas caminhavam seguindo os seus passos, espremendo-se para ouvi-lo e para vê-lo.
A comitiva era enorme, os problemas também. Cada pessoa tinha algo que gostaria que ele resolvesse. A certa altura, ele parou a comitiva. Todos de aquietaram. Esperavam mais um jeito miraculoso, mais um eloquente discurso.
Todavia, para espanto dos presentes, não abriu a boca. Arregalou seus olhos como se visse algo fenomenal. Foi em direção ao vazio. Os mais próximos piscavam os olhos para ver o que ele via, mas não viam nada. Como garimpeiro que achara um precioso veio de ouro, caminhou em direção ao foco. Parou e contemplou.
Ninguém entendeu o gesto. De repente, ele falou poeticamente: "Olhem! Vejam!", "Ver o quê?", as pessoas perguntavam. Então, ele disse: "Que lírios encantadores!". E encorajou os presentes a observá-los atenta e embevecidamente.
Em seguida, fez uma comparação que só quem viveu e nunca perdeu a arte da sensibilidade poderia fazer. Disse que aquelas pequenas flores eram tão belas que nem o rei mais esplendoroso de Israel, o rei Salomão, de vestira sequer como uma delas. 
Os discípulos, chocados, coçaram a cabeça e certamente pensaram: "Eu não entendo o Mestre. Há tantos problemas para resolver, tantos compromissos para cumprir e ele gasta tempo com as flores!". Jesus estava querendo vaciná-los contra a doença do superficialismo emocional.
Infelizmente, muitos que estudaram Jesus Cristo, ao longo dos séculos,  não investigaram os meandros da sua psique, os bastidores dos seus gestos. Portanto, não tiveram a oportunidade de estudar o território da sua emoção e perceber que ele atingiu o topo da saúde psíquica. Ele foi o mestre da sensibilidade. Muitos queriam milagres, mas ele demonstrou que o maior milagre estava em descobrir o segredo das coisas simples e imperceptíveis.
Se você se preocupar com os grandes eventos, prestígio social e compromissos e desprezar as coisas mais simples da vida, certamente não terá saúde emocional.
[...] Jesus contemplava tanto os elementos da natureza, como as sementes, as árvores, o tempo, os pássaros que os utilizava com maestria em suas parábolas para promover a arte de pensar. Ele foi o Mestre dos mestres da qualidades de vida porque sempre achou tempo para fazer das pequenas coisas um espetáculo aos seus olhos. 
E você? 

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